Eden

ÉDEN .

“o artista deve ser um clarividente: ele deve ver o que os outros não veem; ele deve ser um mágico” Peter Ouspensky, 1912.

“A magia é a carne e o sangue da poesia”. Benjamin Péret, 1943

A coleção ÉDEN traz elementos do paraíso de Adão e Eva em forma de “esculturas usáveis”, inserindo no nosso cotidiano esse mundo mitológico, romântico e fantástico, repleto de natureza e formas diversas. A materialização do paraíso divino com a indefinição da fronteira entre o real e o imaginário traz para as joias o que é definido na arte como Realismo Mágico ou Realismo Fantástico, criando a fusão entre sonho e realidade a fim de romper com as angústias e frustações do mundo concreto. A ÉDEN traz a magia como uma força poética, com o intuito de reencantar o mundo, envolvendo o irracional e o inconsciente com movimentos leves, lúdicos e harmônicos. Não à toa, a coleção surgiu em um dos momentos mais caóticos e angustiantes do século XXI. Um momento de incertezas e medo, em que fomos obrigados a nos isolar e nos “interiorizar”. Por outro lado, esse fechamento nos incentivou a percorrer camadas e camadas do nosso próprio eu, recorrendo à imaginação como nosso principal refúgio. Ao mesmo tempo, a criação de elementos fantasiados, atraentes e sensíveis revela um princípio que a Gabriela Susanna traz desde a Arquitetura, sua formação. Influenciada pelas teorias de Koolhaas, acredita na importância da arte - em todas as suas formas e escalas - como meio de suprir a falta de refúgios para o espírito, anteriormente proporcionados pela natureza. A medida que as populações foram crescendo e a vida contemporânea se formando em ambientes predominantemente urbanos, a natureza já não deu mais conta de proporcionar o PRAZER* no dia a dia das pessoas. Sendo assim, a sociedade contemporânea apresenta a necessidade de introduzir formas de atrações que realcem as nossas percepções por meio da surpresa, do surreal, do mistério e do belo, provocando o nosso inconsciente e incentivando os sonhos e os delírios.

*O próprio nome da coleção, de origem Hebraica, significa PRAZER.